Negócios e amor são coisas distintas que não se misturam, feito água e óleo? Há quem afirme com o entusiasmo de uma verdade absoluta que aquele que tem sorte no amor tem azar no jogo ou, ainda, nos negócios. Será mesmo não ser possível um casal apaixonado não ter sucesso empreendendo juntos? Quais seriam as vantagens, os desafios, os impedimentos legais, os inconvenientes e os casos reais de sucesso?
Impedimentos legais não existem. A união de um casal por si só já institui uma sociedade. Por este entendimento, para se constituir uma sociedade Limitada (Ltda) o casal não pode ter se estabelecido sob o regime de comunhão universal de bens, ou seja, a garantia patrimonial, neste caso, seria a mesma para as duas pessoas, sendo que este tipo jurídico exige garantias patrimoniais diferentes entre os sócios. Mas não há nenhuma atividade empresarial que não possa ser constituída por outros tantos tipos jurídicos disponíveis ao casal.
Apostar todas as fichas numa só jogada é tão ariscado quanto colocar todos os ovos numa só cesta. Um casal que se arisca investindo juntos terá o inconveniente de deixar a finança familiar dependente do mesmo negócio. Da mesma forma que acontece quando o casal trabalha como funcionário numa mesma empresa: se a empresa atrasa pagamento, se precisa fazer cortes no pessoal ou outra dificuldade qualquer o casal divide o mesmo risco, não há um que possa servir de apoio financeiro ao outro.
A principal vantagem é a de ter sempre um cúmplice ao seu lado, não há um parceiro mais confiável do que aquele que você escolheu para se casar! O planejamento e as motivações para construir juntos o futuro da família por meio do empreendimento se tornam um foco bem definido e com uma intensidade que não é alcançada em outros tipos de sociedade. Quando o casal reconhece todas as vantagens das quais podem tirar proveito juntos e as empregam como um diferencial no negócio as chances de prosperidade e perpetuidade se multiplicam.
Amores, amores, negócios à parte? Antes de tudo é preciso compreender que um casal é uma formação de dois indivíduos; dois, ou seja, número par. E numa decisão quem desempata? É necessário que as funções de cada um sejam, não só bem definida na empresa, mas reconhecida entre os pares. Assuntos pessoais também não devem ser confundidos com os assuntos do negócio. O comportamento na empresa deve ser profissional e mantido entre eles na presença ou mesmo na ausência de clientes, fornecedores e outros parceiros.
Dentre todos estes desafios talvez o mais difícil seja o de manter a tolerância adequada. É comum que as pessoas sejam menos ou mais tolerantes àqueles que lhe são mais próximos. Então, invariavelmente, é possível o casal se mostrar menos tolerante entre eles do que com um colaborador, por exemplo, ou, ao contrário também. Isso pode criar vícios de comportamento que podem se acumular e prejudicar o relacionamento com a equipe. Ter ciência desse aspecto já é um importante passo para não errar neste sentido.
Não são muitos casos famosos de casais empreendendo juntos, mas destaco dois casos:
- Site do Ovo – uma empresa constituída pelo casal Leonardo e Perla que oferece planos de assinatura de ovos. Muito louco isso né? Mas é um sucesso! https://sitedoovo.com.br/quemsomos/
- Mulher Pera – Suelem Cury trocou os palcos pelo escritório depois que, junto com o seu marido Jamil Cury, criou uma marca de cristais com um investimento inicial de 1 milhão de reais, onde vendem peças de luxo como lustres, escadas e muito mais.
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